Amor na Rocinha novel Chapter 22

Te confiei o meu destino

Mesmo ele sendo irreal

E os nossos planos mais bonitos

Hoje ficaram tão lá atrás...

Summer Mackenzie

— Promete me amar para sempre ?

Me deito ao lado dele admirando as estrelas que estavam na nossa frente como se fossem uma bela obra de arte pintada por Deus.

Eu e o Luan sempre tivemos esses dias, de deitar na laje e admirar as estrelas, nesse momento as nossas preocupações ficavam de lado, os nossos medos e alí só existia nós dois.

— Não sei se consigo te aguentar por muito mais tempo — ele rir me puxando para o seu peito

— Tu não vive mais sem mim idiota

— Vai nessa fia, loira é o que mais tem nesse mundão

— Vai Luan, fica com essas loiras aí para tu ver se eu não arranco esse teu pau fora

— Maluca

Sorrio e lembro de quando nós éramos crianças, parecia até um déjà vu

Flashback on

— Faz um pedido, uma estrela cadente — aponto

— Same isso não é real

— Só faz — fecho os olhos mentalizando uma coisa — Pediu?— abro os olhos me deparando com ele me encarando

Foi ali mesmo não entendo muito que eu senti algo diferente por ele, meu coração acelerou e eu do nada ja fiquei corada e totalmente sem graça.

Flashback Off

Lembro de todos os meus momentos com o Luan, das nossas brigas, dele cuidando de mim, da gente transando que nem dois animais no cio, das nossas brincadeiras, dos nossos planos...

[...]

— Papo sério loirinha, vou largar esse morro e a gente vai sair por esse mundo a fora, só nos dois e lógico depois vamos comprar uma casa na praia e vamos ter sete filhos, um para cada dia da semana

— Amor eu que não vou parir sete crianças e outra a gente não cuida nem de nós quem dirá de sete crianças, tu tá louco — passo a mão pelo seu cabelo — que tal só dois cachorrinhos?

— Um cachorro e uma criança, tenho que repassar os meus conhecimentos para as futuras gerações

— Que conhecimento? Meu bem a única coisa que você sabe fazer é transar e ainda não é essas coisas todas

— Vai se foder Summer, tô falando sério contigo — fala me empurrando de leve

— Desculpa meu amor, mas é verdade preciso até te da uma aulinhas de...

— Venho todo carinhoso, mandando mó papo sério e tu me trata assim...

— Desculpa vida —falo com uma vozinha de bebê fazendo ele rir

[...]

Revejo todas as minhas fotos com ele e uma me faz sorrir e me lembrar com detalhes do dia em que eu tinha tirado.

Tínhamos acabado de brigar e ele tava todo irritadinho quando eu tirei a foto e o mais engraçado foi depois, ele correndo atrás de mim para não postar a foto, mas já era tarde de mais...

Lembro até de ter apagado dois dias depois por causa da quantidade de meninas falando que ele era lindo e tals, só eu posso achar isso.

Não sei em que momento da minha vida eu errei, não sei como eu me deixei levar desse jeito, logo eu que fazia campanhas, que tentava ajudar os outros. Porra eu não precisava dessa merda, eu tinha tudo e em um estalar de dedos joguei tudo para o alto.

[...]

— Loirinha eu quero te ajudar, tu tem que me falar o que tu tá sentindo.

Me aconchego em seus braços e não consigo não chorar.

— Eu preciso de você — abraço mais ele

— Eii estou aqui contigo, vamos sair dessa juntos

— Não consigo Luan, tu precisa continuar, seguir a sua vida...

— Tu é a minha vida porra, já disse que estou aqui contigo, não quero só ficar com você nos momentos bons, quero ficar também nos momentos ruins...

[...]

Tentei, eu juro que tentei, mas algo dentro de mim precisava da porra de um pó branco, meu corpo estava viciado na euforia, na alegria que ela me trazia e quando o efeito passava eu precisava de mais.

Me deito em posição fetal no banheiro e ali eu choro,me derramo por completo, lavo toda a minha alma.

— Sami trouxe aquele bagulho que tu queria

Me sento no chão me tremendo toda e suando frio, olho para o Raví e abro um sorriso quando ele faz uma carreirinha no celular.

Não aguentei ficar vendo o Luan e a Ravena se desdobrando para cuidar de uma alma já perdida, eles precisavam seguir sem mim.

Me levanto vomitando de novo e sentindo uma pontada na minha barriga, uma cólica horrível

— Vou deixar aqui encima, vou pegar algo para você comer

— Raví eu não vou ficar, preciso dos papelotes

— Pow Summer fica aqui, tu nem tem mais para onde ir

— Eu sei me cuidar

Levanto sentindo muito dor no pé da barriga, mas não me abalo, lavo o rosto e faço um rabo de cavalo bem preso

— Come primeiro guria

— Não....aí caralho

Me seguro nele quando vem uma dor ainda mais forte do que a primeira, Raví olha para o chão e volta a me encarar assustado.